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Viagem a Maputo

Posted: February 27, 2008 in Vivendo na África

Após uma semana bastante agitada de trabalho, mas um pouco ruim por dois aspectos (dificuldade em falar com a Si o que me mata de saudades e o bode do Gustavo…pois é, esse negócio de vida de BBB tem disso. Um cara gente boa numa semana pode ser um mala na semana seguinte pelo simples fato de ficar saturado de nossas diferenças… ele é difícil de coordenar e extremamente metido a certinho sabe tudo..blaaagh), a semana terminou com uma experiência incrível….uma viagem de carro para passar o final de semana em Maputo, Moçambique. A ida foi bastante conturbada. Minutos antes de sair, recebo uma ligação do Gerente do projeto dizendo que deveríamos estar no aeroporto as 07:00 da manhã de segunda para embarcar para Luanda. Essa ligação atrasou nossa viagem pois tivemos que correr para a lavanderia para pegar toda a roupa que tinha deixado para lavar. Chegamos a pensar em desistir, pois seriam 8 horas para ir mais 8 horas para voltar e ainda teríamos que organizar tudo no domingo. Mas dane-se…decidimos ir para o bate-volta. Iríamos de carro, ficaríamos na casa do Tomás (comentarista e ex jogador de futebol da seleção de moçambique que conhecemos aqui do Olive Tree) e ele já tinha providenciado todo o esquema para tirarmos o visto quando chegássemos a fronteira. Enfim, uma oportunidade imperdível. A viagem foi tranqüila..embora a velocidade média tenha cido de 160km/h (é isso mesmo…tomei luz alta por estar dirigindo devagar a 170km/h!!!), pois é uma reta só.  Quando chegamos na fronteira foi um deus-nos-acuda. Só é permitida a retirada de vistos e a entrada no país até a meia noite. E já eram meia noite e ainda estávamos saindo da África do Sul. Após correr com a documentação, tinha uns 10 neguinhos para nos ajudar…alguns deles providenciados pelo Tomás, outros apenas estavam querendo uma gorjeta… e estavam quase saindo no braço para ver quem iria arrancar dinheiro daqueles brancos atrapalhados e deseperados em conseguir resolver tudo a tempo.  Fiquei maluco tentando acompanhar meu passaporte…cada hora estava na mão de um…e não havia neinguém que desse jeito. No meio da bagunça (detalhe que havia outros 200 neguinhos – negros mesmo – dentro da imigração.. e todos na correria). Bom deu tudo certo. Os nossos ajudantes ficaram chateados conosco, pois só demos 20 rands pela ajuda… esperavam mais. Paciência… não estava disposto a entregar meu dinheiro em “gasosa”.Já dentro de Moçambique, fomos parados pela polícia moçambicana. O Guarda pediu meus documentos e os do carro. Estavam todos em ordem, mas mesmo assim o guarda sem nenhum pudor exclamou …. “Então Raphael…estou vendo que vc é um cara correto… não vai cometer o erro de não dar nem um café para nós que estamos trabalhando aqui até essa hora…” É mole. Disse que não tinha e que se não tinha nada errado, não conseguia compreender a situação. O Ricardo me deu uma nota de 100 dólares. O guarda quase pulou dentro do carro. Consegui argumentar que era muito dinheiro e que só passaria um final de semana…era muito dinheiro por nada. O guarda falou para eu não cometer a besteira de não dar nada. Olhei na cara dele e disse…”E você não vai fazer a besteira de me arrancar 100 dólares sem eu ter feito nada errado, né senhor.” O cara não fez cara de bom amigo mas disse que eu podia seguir viagem. Bem vindo a África… A noite estava realmente animada.

Sexta feira, onde quer que seja, só é sexta feira se for para planejar o fim de semana.  E aqui não foi diferente. Quando disse no ABSA que pretendia ir conhecer Soweto e o Museu do Apertheid a resposta foi a mais esperada possível…”Você é louco…é perigoso e não tem nada para ver. Você não tem idéia do que ta procurando….onde já se viu…conhecer Soweto!!!”. Não preciso nem dizer que o Gustavo concordou com eles e disse que eu iria sozinho. E iria, mas o carro ta com ele e isso complicava muito as coisas. O fato é que passei o resto da tarde convencendo esse portuga. E deu certo! Acordamos no sábado e lá fomos lá para o famoso bairro dos negros sul africanos.  Concordei com o Portuga que não sairíamos do carro, mas em troca garanti que iríamos até o Fredom Square, no coração de Soweto. Chegando lá foi uma mistura de decepção e alegria. Decepção pois não vi nada de mais…não havia balas perdidas, venda de drogas a luz do dia, carros depenados ou crianças andando armadas pelo meio das ruas… enfim, não era nada parecido com favelas cariocas… mas também de alegria, pois todos foram muito simpáticos, andava com o vidro aberto e cumprimentava as pessoas e sempre era correspondido. Parecia até que éramos atração no bairro (honestamente não sei se não á mania de perseguição da minha parte. De repente não estavam nem aí para a gente, mas sabe como é…qualquer olhar e pronto…lá estávamos nós imaginando que éramos seres de outros planeta na região). Enfim, em matéria de favela perigosa, eles ainda têm muito a aprender. Lavei a alma e me senti muito melhor que os brancos assustados lá do Absa.   Partimos direto para o Museu do Apertheid….foi muito legal e vale a visita. Teve até um fato curioso. O Gustavo comprou o ingresso e estava escrito “White”. Quando comprei o meu, recebi um “Non-White”… Não entendi nada…mas até achei engraçado. Na entrada do museu entendi o que significava as classificações (só não entendi porque fiquei com o non-white). Existiam 2 entradas diferentes. Os clasificados como brancos faziam um inicio de trajeto onde só tinham documentos de brancos e frases antigas com avisos que eram lugares para brancos. No meu trajeto, apenas documentos de negros e avisos com restrições de acesso. Até dava para ver o outro lado, mas eram caminhos diferentes e com imagens diferentes. O objetivo deste espaço era destacar como era subjetivo o processo de classificação e como é absurdo a divisão do país. Visitar o museu foi uma experiência bem legal e emocionante. Eles até já tinham um caveirão naquela época. Enfim, não é nada muito diferente do que vivem os favelados negros e nordestinos que moram atualmente nas favelas e periferias do Brasil. Mas a África do Sul não é apenas brancos e negros, democracia e apertheid. A África do Sul é também a sede da Copa do Mundo de 2010. Lá fomos nós visitar um dos dois estádios da cidade de Jo’burg. Chegamos no FNB Stadium e fiquei decepcionado. Este estádio (????) já existia e está sendo reformado para ser o maior estádio da Copa (95.000 pessoas). O fato é que o lugar é isolado, o acesso é horrível e o estádio ainda está só no esqueleto. Falta muuuuuuito para fazer. Não tem nem cara de estádio ainda. Mas os seguranças me garantiram que fica pronto até o final de 2009… não que essa data seja aceitável, né? É Copa do Mundo, porra!!!! O final de semana também foi de balada. E decidimos ir ao Tabboo em Sandton. Aqui cabe um importante aviso. Homem só entra de sapato e camisa social, nem pólo serve. Sapatênis é arriscadíssimo. Mas a balada é muito boa. Existem mulheres de todos os tipos (loiras, morenas, negras, velhas e novas). A azaração come solta (embora não vi ninguém beijando ninguém) e o ambiente é bem agradável.  A claro…depois de perder Meia hora na fila, me cansei de esperar e com todo o meu jeito malandro carioca de ser fui conversar com o Segurança e em 3 minutos ( e 100 Rands!!) eu e o Portuga já estávamos dentro da balada. Mas o portuga é daquele tipo que encosta no balcão, pede uma cerveja e fica batendo pezinho de um lado para o outro. Como sou maravilhosamente casado e não estava nem um pouco em azaração, a balada não empolgou muito. Em pouco mais de 1 hora já estávamos voltando para casa. 

Crise existencial

Posted: February 18, 2008 in Vivendo na África

Tenho pensado muito na minha vida ultimamente…E como a Si faz muito bem na minha vida. A vida inteira me impus a obrigação de ser o melhor. Não precisava ser sempre “o melhor”, mas não porque não tivesse que ser, mas porque não tinha que querer usar todos os meus “skills” todo o tempo. Era como se eu soubesse que se eu quisesse ser o melhor eu seria, mas não tinha saco para querer ser. E isso de certa forma me confortava. Assim foi durante o colégio e durante a faculdade. No trabalho, a principal diferença é que me sentia pressionado a ser “o melhor” sempre. E obviamente a ficha caiu. Não sou. Provavelmente nunca fui.A grande verdade é que não gosto do que “faço”, mas sou dependente do prazer de “conseguir fazer”. É como se fosse uma droga na minha vida. É por isso que aceito tanta pressão e também me imponho tanta pressão. É por isso que algumas vezes parece que adoro meu trabalho. Esses momentos significam que estou vencendo. Por outro lado, os momentos que odeio o meu trabalho são aqueles que estou sendo devorado. E tenha certeza que isso me destrói. Me destrói como ser humano. É por tudo isso que tenho certeza que o que eu faço não me atrai. O que me atrai é vencer. Gostaria de fazer alguma coisa que eu simplesmente gostasse de fazer, como jogar baralho, futebol, sinuca ou discutir sobre política, sociedade, religião, drogas, etc. Nesses momentos eu sou feliz…ganhando ou perdendo. E isso em nada diminui meu desejo de ganhar. E acho que assim deveria ser no trabalho. Mas definitivamente não é. Quando aceitei vir para a África, o sentimento que estava por traz dessa decisão era encontrar vida no trabalho. Acredito que o “dever” do trabalho é não apenas pagar o meu sustento, mas, sobretudo ampliar meu mundo, meu horizonte, minha vida. Por isso vim. Lógico que tem todo o lance do dinheiro, da carreira internacional, do sucesso profissional, etc. Quando o projeto era na Itália, o que me excitava era o sentimento de vitória. Todos gostariam de ir para Milão, mas eu tinha sido escolhido. Eu era o cara! Na África era diferente. Era mundo. Era gente. Era chance de me encontrar com uma vida diferente. E isso é trabalho. É isso o que sempre quis do trabalho. Mas afinal qual é o meu papel no trabalho que faço? Qual o papel de um consultor? Na minha opinião é fazer o que tiver que ser feito para melhorar a vida dos nossos clientes. E sabe no que eu sempre achei que eu era bom?  Na minha capacidade de compreender os meus clientes, ir além dos seus desejos e, sobretudo, utilizar as palavras com magia para assim ganhar seus corações (poético, mas juro que penso assim!). Será que já dá para entender o porquê da minha tristeza? Como posso chegar perto disso se aqui é tudo em Inglês? Não é que eu não entenda nada, mas não posso ir além do básico e, sobretudo, não consigo apresentar nada. Para isso, precisaria dominar o assunto, para isso precisava entender, precisava falar. Não me sinto a vontade se quer de ir tirar dúvidas. Como posso ser bom assim????? Não posso. Queria ter a coragem de, quando voltar, buscar uma alternativa. Estudar algo que eu realmente goste…Mestrado em Administração Pública, Economia Social, Ciências Políticas, não sei… qualquer coisa que me orgulhasse. Qualquer coisa que eu gostasse de fazer. E não apenas de ganhar. Queria apenas ter essa coragem. —— Até aqui, propositalmente não falei onde a Si entra ou entrou na minha vida. Quis desabafar primeiro… Ela faz a minha vida mais simples. Eu não tenho que ser o melhor…só tenho que ser bom…bom como pessoa. E acho que é essa a minha verdadeira vocação (Acho que se eu acreditasse em Deus e tivesse fé, deveria ter sido padre). Quando chego na minha casa e vejo a vida que construímos juntos, quando vejo a alegria da Sol de nos ver em casa, quando beijo a sua boca, quanto a tenho em meus braços, quando simplesmente ficamos deitados assistindo TV é que eu vejo que essa é a melhor vida do mundo. Todo o meu tormento profissional ganha um sentido. Seguir construindo nosso paraíso. Ela é um sonho na minha vida. Queria construir mais coisas, mas tê-la ao meu lado faz qualquer coisa parecer insignificante. Faz com que eu queira não mudar nada. Gostaria de ter coragem de largar esse emprego e recomeçar… só que agora com você do meu lado. Estou cada vez mais convencido de que é isso que eu deveria fazer.  Mas quero ter filhos com você e isso me impede de grandes aventuras irresponsáveis. Quero poder ser pai dos seus filhos. “O melhor !!!”.  Este é realmente um título que vale a pena.

Valentines day

Posted: February 18, 2008 in Vivendo na África

Para tentar dormir um pouco a noite eu e o Gustavo decidimos tomar uma atitude e encontar algo para fazer. Encontramos um lugar perto do hotel para jogar sinuca e Eu e o Gustavo ficamos jogando sinuca até as 20:00 e depois fomos jantar.. Aliás, era valentines day e além de ser difícil arrumar uma mesa, todos devem ter pensado que éramos gays. Pelo menos os garçons eram simpáticos. Foda foi jantar com um marmanjo a luz de velas em um ambiente todo preparado para ser romântico! Cheguei no hotel as 21:00 assisti um filme e dormi. Não foi a melhor noite de sono da minha vida (jamais poderia ser sem a Si do meu lado) mas com certeza foi a minha melhor da viagem.

Ainda não tive uma boa noite de sono aqui. Como não tem nada para fazer quando chego acabo assistindo TV que, aliás, de tão ruim faz eu sentir falta até do SBT. Durmo sempre. Resultado acordo no inicio da noite e não tem santo que me faça voltar a dormir…. e não tem nada para ajudar!!!! Acordo de madrugada sentindo falta da Si, da Sol, da minha cama, etc. E também um pouco preocupado com o trabalho. Ainda não sei exatamente o que temos que fazer.

O que falam sobre a Angola

Posted: February 18, 2008 in Vivendo na África

Com relação a Angola, tudo o que falam é que é muito caro, se vacilar policial de pede 100 dólares por nada e o trânsito é caótico. Tenho realmente que tomar cuidado com a saúde. Vou inclusive comprar um repelente, pois o risco com a Malária é real. Não quer dizer que exista uma epidemia ou algo assim, mas é bom não vacilar. A equipe que vai trabalhar na Angola será composta por 8 pessoas. Acho que ficarei responsável pela conversão. Ainda não está claro exatamente o que isso significa. Tudo ainda está muito superficial. Não vejo a hora de chegar em Luanda para começar de fato. 

Acordei hoje e tive uma péééééééssima notícia. Estão tendo dificuldades de resolver alguns problemas relativo a acomodação em Angola e provavelmente teremos que ficar aqui mais uma semana. Era só o que me faltava… Isso deve atrasar minha primeira volta para o Brasil e o que é pior….pode atrasr a última! Se isso acontecer, eu me rebelo!!! Além do mais…essa terra é horrível. Não tem nada para fazer e são todos racistas. Em Johannesburg eu estou ficando apenas no Norte da cidade. Aqui é uma área rica e mais segura. Eles falam muito mal da parte central e sul da cidade…mas não pretendo ir para lá sozinho, então não se preocupem. Mas no fundo, acho eu eles odeiam os negros e como nessas regiões são mais habitadas por eles, os brancos não tem coragem nem interesse de se aproximar. É uma mistura de medo com falta de interesse. É o território que eles perderam!!!! Por isso tentam esconder! A Elsa me pega todos os dias as 07:30 da manhã e me traz direto para o banco. Do banco estou indo direto para o hotel… Essa é a minha rotina segura. Ou a minha prisão…como queiram!

Ontem o dia foi tranquilo. Quando cheguei no Banco pedi para o Russel me levar na Accenture para consertar meu Notebook. O escritório é em legal…Acho até que é maior que o da Accenture em São Paulo. Fica no mesmo condomínio do escritório da Kellogs….Mas fiquem tranqüilos que não tem tigre nenhum por lá!! O pessoal da LTS (CIO) foram bastante ateciosos). Eles reinstalaram o software do Wi Fi. Agora está tudo ok. Espero que funcione no hotel hoje também. Eles disseram que estavam consertando e que hoje deveria estar regularizado. Russel é um sulafricano negro bastante simpático. Foi o mesmo que fez questão de me apresentar todo mundo no primeiro dia.  Após consertarmos o computador (o do Gustavo também estava com problemas e ele foi com a gente), o Russel ia levar-nos para o hotel, mas perguntei onde poderíamos fazer alguma coisa já que no hotel não tem nada para fazer. Perguntei se ele conhecia algum lugar para jogar sinuca e ele nos levou em um bem perto do hotel. Ganhei dele 2 vezes. Perdi para o Gustavo 3 vezes e o Gustavo ganhou 1 e perdeu outra do Russel… ou seja, foi bastante equilibrado…mas não me conformo de não ter ganhado do Gustavo…foi azar. Enquanto estávamos jogando, a namorada do Russel chegou lá. Ela trabalha em um shopping em frente a sinuca). Vc acredita que eles falam 8 a 10 linguas aqui. Eles conversam entre si em Zulu (???). Ela também foi bastante simpática. Cheguei no hotel por volta das 18:00. Dormi até as 20:00 e depois fui até o shopping com o Gustavo comer uma pizza. Comi uma pizza inteira sozinho!!!!! Acho que estava precisando comer alguma coisa que eu realmente gostava e que não fosse sanduiche. Após a pizza voltamos para o hotel e fui direto para meu quarto. Fiquei lendo a documentação (em inglês) até ficar com sono e dormir de novo…deve ter levado uns 15 minutos de tão chato que é.

Primeiro dia de trabalho

Posted: February 18, 2008 in Vivendo na África

Nao dormi nada esta noite….rolei de um lado para o outro a noite inteira!!! 7:30 eu acordei….tomar banho, fazer a barba, colocar o terno e gravata (achei melhor ir de gravata e acertei…embora nao seja uma regra, tem alguns que vao com gravata e outros sem…) e correr para o cafe da manha. O cafe eh legal….ter meu cafe com leite jah me deixa feliz…mas tem outras coisas tambem….mas nao tem ovo. Este café jamais seria legal para a Si! 8:30 a tal da Elsa chegou. Eh uma senhora de cerca de 40 anos, branca, mae de 3 filhos e filha de portugueses (o que foi otimo, pois falamos em portugues e ingles). Apos alguns minutos de papo e jah tinha ficado claro que estava diante da mulher mais racista que jah tinha conhecido. Mas segundo ela, ela “nao eh racista, sao as estatisiticas”…. essa frase ficou marcada para sempre na minha vida.  Segundo ela a Africa eh uma coisa e a Africa do Sul eh outra coisa….Quando disse que era minha primeira vez na Africa. ela me corrigiu… Para a Africa vc vai semana que vem, ateh agora vc soh veio ateh a Africa do Sul. (????) E ela prosseguiu… “A Africa do Sul era otima, mas de uns tempos para ca est’a cada vez pior…. ateh problemas com energia eletrica nos temos…tambem, agora temos que dividir com os pretos!!!!!” Pouco adiante, um taxi (na realidade era uma van) cruzou na frente dela….e ela exclamou “Quem foi que deixou esses pretos dirigirem…elas nao sabem o que sao regras…. vc acredita que ateh mulher preta dirige nesse pais?”…. Eu humildemente perguntei se elas nao dirigiam antes do Apartheid…e ela me respondeu…. “Nao….o salario que nos pagavamos para eles nao dava para terem carro… e ainda aqueles que tinham um pouco mais, sabiam muito bem onde era o lugar deles!”

Ufa….chegamos! Como era cliente e estava me dando uma carona, eu apenas balancava a cabeca e fazia minhas perguntas.       Quando chegamos no Absa (banco que estou trabalhando) ela me apresentou para as pessoas da Accenture e todos foram muito simpaticos… Tive problemas com minha conexao com a Internet (como eu disse ontem, as merdas perseguem quem estah perdido… se nao bastasse a lingua deles e minha total falta de nocao do que eu deveria fazer, eu ainda tinha que ficar pedindo ajuda para os outros para tentar me ajudar com a conexao Wi Fi. Duas pessoas foram muito simpaticas (o Brand e o Russel). O Russel fez questao de me apresentar a todos e ainda me fez companhia no almoco. O Brand tentou me ajudar com a conexao…mas nao teve jeito…Aí  ele arranjou um cabo para conectar no roteador…consegui abrir algumas paginas e ateh recebi algumas mensagens sua e do meu pai no MSN, mas nao consegui ver meu e-mail, navegar pela internet ou conversar no MSN…pois estava irritantemente lenta. O almoco foi um capitulo tragico tambem… Eu desci com o Russel. (o Brand e o Cris chegaram logo depois). Eles comem na cantinha do banco e como chegamos tarde nao tinha mais nada para comer…comi um misto quente. E pelo que entendi, eles comem lah todos os dias e nao levam mais de 15 minutos engolindo qualquer coisa…geralmente sanduiche. Ainda bem que eh soh uma semana… eu juro que iria odiar…e olha que eu nem sou fresco para comida.  16:00 e a Elsa me perguntou se eu iria com ela… o gerente (Brand) disse que nao tinha problema u,ma vez que eu estava soh lendo o material e poderia fazer isso do hotel…. eu disse que precisava falar com minha esposa se nao eu ficaria homesick…. A Elsa tinha que buscar os filhos dela e de uma amiga na escola… Uma puta escola diga-se de passagem…tudo loirinho de olhos azuis… Eles estudavam em uma escola meio privada meio publica. Nao havia negros pois a primeira lingua da escola eh Afrikans e os negros nao falam Afrikans (especie de holandes). Alias esse foi o pre-requisito para as criancas estudarem lah ( o marido dela nao queria que os filhos estudassem com negros pois estes sao indisciplinados e mais burros….). Claro…os filhos dela (11 e 7 anos-tem uma menina que vai fazer 2 anos mas que ainda nao esta na escola) nao jogam futebol pois futebol aqui na africa do sul eh para os pretos (ela nao usa a palavra negros). Os brancos praticam Rugbi e Atletismo…esportes que o filho dela eh o maximo (segundo ela). 

Amanha a Elsa vai pegar eu e o Gustavo (portugues que vai comigo para a Angola e chegou hoje no hotel) aqui as 07:30. Cedo pra caramba….mas pelo menos, voltamos cedo.

Sem Internet!!!!!

Posted: February 18, 2008 in Vivendo na África

Infelizmente estou sem Internet no Hotel. A mulher da recepcao (droga…como já devem tere percebido estou sem cidilha e sinais de acentuacao) disse que eles estao com problemas e que amanha deve voltar ao normal…. Tomara que funcione!!!! Como nao podia ficar sem conectar, vim atras de uma lan house. Eh domingo, ta sol mas eu to sem vontade de fazer nada… ateh pq nao sei o que fazer… Do lado do hotel tem um shopping…shopping legal….sem marcas famosas mas todo aberto e tem coisas baratas aqui… mas estou pao duro e nao comprei nada… mas com 1 dolar eu compro 7 rands… o que com certeza faz as coisas ficarem mais baratas… Ainda nao almocei…vou daqui a pouco…. Como nao sei a senha do msn (ta salva no meu notebook), nao tem como conectar e conversar com meu amor.  Desastre total!!!!!